domingo, 14 de agosto de 2011






Tolerância e acomodação




Este capítulo do livro O Valor dos Valores, do Swami Dayananda Saraswati é um dos meus preferidos , talvez por ser sobre uma atitude tão importante para os relacionamentos saudáveis e felizes, a aceitação do outro. Para refletir!!!






Nunca encontrarei numa pessoa todas as qualidades de que gosto ou todas de que não gosto. Todas as pessoas são uma mistura de coisas que acho interessantes  e outras que considero desinteressantes. Igualmente, eu terei o mesmo impacto nos outros. Ninguém vai me achar agradável por completo. Quando reconheço esses fatos, vejo que todos os relacionamentos requerem acomodação de minha parte. Nunca encontrarei um relacionamento que não requeira acomodação.
Em especial, os relacionamentos que envolvem características que me desagradam muito em alguém requerem acomodação de minha parte. Se eu for capaz de modificar a pessoa , ou se puder colocar uma distância entre mim e ela, sem faltar ao meu dever, tudo estará bem. Mas se não puder fazer isso, devo apenas me acomodar alegremente, devo tomar a pessoa como ela é. Não posso esperar que o mundo e as pessoas mudem. Algumas vezes alguém pode mudar um pouco por mim ou pode tentar , mas não posso contar com isso. Em geral quando quero uma mudança nos outros , eles também querem uma mudança em mim. Teremos então um impasse.

Diminua as expectativas

Devo acomodar as pessoas como faço com os objetos inertes, devo toma-los como são. Eu não gosto de ser queimado pelo sol, mas não peço à ele que pare de brilhar. Aprecio a benção de um sol quente brilhando, não peço as abelhas que não tenham ferrão, tampouco odeio as abelhas, aprecio a função da abelha e aproveito o mel. Porém é muito mais difícil ter para com as pessoas a atitude que tenho com insetos e objetos inertes, porque não espero mudança deles, para se tornarem mais agradáveis à mim.  Aceito-os exatamente como são, se da mesma forma  quando conseguimos aceitar as pessoas e acomoda-las,  nossa  mente entra num estado de paz, sem inquietações de expeculações de como o outro deveria agir, mudar e melhorar, e simplesmente aceitamos, sem julgamentos. O que mais se pode fazer? De qualquer maneira o mundo é amplo , a variedade torna-o interessante. Há espaço suficiente !!






sábado, 6 de agosto de 2011

OM


O OM é o mantra mais importante de todos. Se diz que ele contém o conhecimento dos Vedas ( Livros Sagrados Hindús ) , e se considera  o corpo sonoro do Absoluto,     Shabda     Brahman   ( criador do universo ). O  Om é o som do universo, do infinito e a semente que fecunda os outros mantras.

“ O Om é o mundo inteiro. O passado, o presente, o futuro , tudo é o    mantra Om.”                                                Mandúkya Upanishad

As escrituras contam que o mantra Om , amplificado na caixa de ressonância do vazio primordial, se propagou até criar o espaço e as galáxias. Foi o som que se deu no momento do big bang, da criação do universo.
O som é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização, representada pela letra m. Por isso é que às vezes, aparece grafado AUM . Estas três letras correspondem, segundo a Maitri Upanishad, aos três estados de consciência : vigília, sono e sonho.” Esse Atman  ( Espírito ) é o mantra do eterno Om, os seus três sons, a, u ,m  são os três primeiros estados de consciência, e estes três estados são esses três sons”.
É a jóia principal entre os outros mantras. Escutar o mantra Om é escutar o próprio  universo, o próprio  Brahma ( Criador ), o Ser. Pronunciar o Om é como transportar-se á residência do Brahman. A contemplação do mantra Om é como atingir a forma de Brahman.
“ Na Índia , o mantra Om está em todas as partes, Hindus de todas as etnias , castas e idades conhecem perfeitamente o seu significado. Ele ecoa  em todas as cidades,  em todos os templos e comunidades.

O mantra se faz numa exalação profunda, e sempre em ritmo regular. Após a exalação vem uma inspiração nasal prolongada.  A nota musical em que se emite o som não interessa em absoluto. É aquela que resultar mais natural para você. Quando houver mais pessoas junto, todos devem tentar afinar-se.

O Om começa com a boca aberta, emitindo um som mais parecido com um a, mantendo a língua colada no fundo da boca e a garganta relaxada. O som nasce no centro do crânio, se projeta para frente e vibra na garganta e no peito. Após alguns segundos de vocalização, a língua deve recolher-se para trás. Assim, aquele som similar ao a, se transforma numa espécie de o aberto, que vai fechando progressivamente.
No final sem fechar a boca, a língua bloqueia a passagem de ar pela garganta e o som se transforma em um M, que em verdade não é exatamente um M, mas uma nasalização.
 Para  treinar , coloque  uma mão no peito e a outra na testa para perceber como a vibração vai subindo conforme o mantra evolui.
Porém se você prestar atenção  à vibração que acontece durante a vocalização, perceberá que ao emitir a letra o inicial ( que começa como um a , não esqueça), a nasalização do M  já está contida nela. Ou seja, é um som que se faz com o nariz, e não com a letra m. Ao perseverar na vocalização, você sentirá nitidamente que a vibração se origina no centro da cabeça e vai expandindo até abranger o tórax  e o resto do corpo. Resumindo, o Om começa com a boca aberta e termina com ela entreaberta.
O Om é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo, a substância essencial que constitui todos os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmen, a raiz de todos os sons da natureza.
Essa  técnica é uma das mais antigas e eficazes que existem no yoga. Estimula o ájña chakra, na região do intercílio, sede de manas, o pensamento, e buddhi, a intuição ou consciência superior. Existem sete formas diferentes de vocalizar o Om. Esta é apenas a sua utilização como dhárani, suporte para concentração.